quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Feliz 2010 !


Sim,pessoas,o Natal passou e logo virá o Ano Novo.Desejo a todos um 2010 maravilhoso e repleto de prosperidade.Não acredito muito que alguém mais visite o blog além deste que atenciosamente escreve,contudo isso não é relevante,o que me motiva no blog Caminhos Nocturnos é o prazer de reunir em uma página da web tudo aquilo que me fascina,chama a atenção ou atrai de alguma forma,se no início era um espaço poético apenas,ou grotesco,assumiu com o tempo maturidade e abrange realmente meu universo em suas variadas facetas,do bizarro ao sublime,do curioso ao belo,enfim,eis a última mensagem de 2009 no blog.

Feliz Ano Novo!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Fakir Musafar


Cyberpunk:gênese e conceito.

...Após uma breve contextualização da década de 80 e das teorias pós-modernas, vejamos por que elas são uma fonte para a ficção científica contemporânea através do movimento cyberpunk.
O termo cyberpunk foi cunhado pelo escritor norte-americano Bruce Bethke em 1983, em sua short-story3 homônima. Segundo Featherstone e Burrows (1995), o termo está diretamente ligado às teorias pós-modernas, pois tanto o cyberpunk é uma fonte para essas teorias, sendo estudado por diversos autores, quanto, na contramão, as teorias fundamentam cultural e socialmente esse tipo de ficção. Os autores apontam que o termo cyberpunk, assim como seu correlato, cyberspace4, origina-se do termo cibernética, conceito cunhado pelo teórico Norbert Wiener em 1948, não por acaso uma das obras fundamentais tanto para a informática quanto para a teoria da comunicação.

Featherstone e Burrows (1995) também apontam o trabalho de William Gibson como uma obra exemplar de poética cyberpunk. Gibson é um dos principais autores de ficção cyberpunk, tendo, no livro Neuromancer5 (1984) criado o conceito de ciberespaço e inspirado uma série de outros autores como Pat Cadigan, Bruce Sterling, Lewis Shiner e Greg Bear.

O cyberpunk é visto como uma visão de futuro no qual há uma ambigüidade intrínseca à época, sendo por vezes nostálgico, romântico e anti-tecnológico e por vezes deslumbrado com os ``brinquedinhos'' proporcionados pela tecnologia per se. Na introdução do livro Cyberspace, Cyberbodies e Cyberpunk, Featherstone e Burrows estabelecem uma relação entre a teoria social de Baudrillard e a literatura de Gibson enfatizando que aonde Baudrillard diz ter abandonado a teoria em favor de uma literatura acerca do social foi o exato ponto onde Gibson maximizou a teoria em sua literatura, sendo que, ambos associam a cibercultura à pós-modernidade.

Ainda no mesmo artigo, os autores apontam que o cyberpunk é uma visão de mundo atual que engloba literatura, música, cinema, teorias, a cultura jovem e a cultura da MTV e a cultura do PC/Macintosh. Nesse contexto, são citados Mary Shelley, Philip K. Dick e J.G. Ballard, Gibson e outros escritores, McLuhan, Wiener, Walter Benjamin e Baudrillard como teóricos e a música de Patti Smith, Lou Reed, Ramones, Sex Pistols (a geração punk ) como fontes de sua influência.

A visão cyberpunk reconhece o enfraquecimento do espaço público e o aumento da privatização da vida social, na qual os laços sociais fortes não existem mais. Para os autores, nesse espaço público as pessoas são tecnologizadas e reprimidas ao mesmo tempo, sendo que a tecnologia media nossas vidas sociais. É ainda mais fácil de perceber tais características nas imagens mostradas nos produtos culturais como videoclipes, filmes, livros, comerciais, todos enfatizando a interação e interface homem-máquina, seja via internet, realidade virtual, RPGs, etc.

Brooke Shield by Gary Gross (3)






segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A dignidade das mulheres

Honrai as mulheres!Elas entrançam e tecem
Rosas sublimes na vida terrena,
Entrançam do amor o venturoso laço
E, através do véu casto das Graças (1),
Alimentam, vigilantes, o fogo eterno
De sentimentos mais belos, com mão sagrada.

Nos limites eternos da Verdade, o homem
Vagueia sem cessar, na sua rebeldia,
Impelido por pensamentos inquietos,
Precipita-se no oceano da sua fantasia.
Com avidez agarra o longe,
Seu coração jamais conhece a calma,
Incessante, em estrelas distantes,
Busca a imagem do seu sonho.

Mas, com olhares de encanto e fascínio,
As mulheres chamam a si o fugitivo,
Trazendo-o a mais avisados caminhos.
Na mais modesta cabana materna
Foram deixadas, com modos mais brandos,
As filhas fiéis da Natureza piedosa.


Adverso é o esforço do homem,
Com força desmesurada,
Sem paragem nem descanso,
Atravessa o rebelde a sua vida.
Logo destrói tudo o que alcança;
Jamais termina o seu desejo de luta.
Jamais termina o seu desejo de luta.
Jamais, como cabeça da Hidra, (2)
Eternamente cai e se renova.


Mas, felizes, entre mais calmos rumores,
Irrompem as mulheres, num instante de flores,
Propiciando zelo e cuidadoso amor,
Mais livres, no seu concertado agir,
Mais propensas que o homem à sabedoria
E ao círculo infindável da poesia.


Severo, orgulhoso, autárcico,
O peito frio do homem não conhece
Efusivo coração que a outro se ajuste,
Nem o amor, deleite dos deuses,
Das almas desconhece a permuta,
Às lágrimas não se entrega nunca,
A própria luta pela vida tempera
Com mais rudeza ainda a sua força.


Mas, como que tocada ao de leve pelo Zéfiro,
Célere, a harpa eólica estremece,
Tal é a alma sensível da mulher.
Com angustiada ternura, perante o sofrimento,
O seu seio amoroso vibra, nos seus olhos
Brilham pérolas de orvalho sublime.

Nos reinos do poder masculino,
Vence, por direito, a força,
Pela espada se impõe o cita
E escravo se torna o persa,
Esgrimem-se entre si, em fúria,
Ambições selvagens, rudes,
E a voz rouca de Éris (3) domina,
Quando a Cárite (4) se põe em fuga.


Porém, com modos brandos e persuasivos,
As mulheres conduzem o ceptro dos costumes,
Acalmam a discórdia que, raivosa, se inflama,
Às forças hostis que se odeiam
Ensinam a maneira de ser harmoniosa,
E reúnem o que no eterno se derrama.






(1) Nome latino das Cárites.

(2) Hidra ou serpente de Lernos. Segundo a lenda, quando lhe cortava a cabeça, nascia-lhe uma cabeça dupla, até ter sido morta por Héracles.
(3) Deusa da discórdia.
(4) Divindades da beleza que tem origem nas forças da vegetação. Espalham a alegria na natureza e no coração do homem e dos deuses.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Um esgar

A nossa doença é a nossa máscara.
A nossa doença é tédio sem fronteiras.
A nossa doença é como um extracto de preguiça e inquietação eterna.
A nossa doença é miséria.
A nossa doença é estar agrilhoado a um lugar.
A nossa doença é nunca podermos estar sós.
A nossa doença é não termos profissão, e se tivessemos uma [seria] a de a termos.
A nossa doença é desconfiarmos de nós, dos outros, do saber, da arte.
A nossa doença é falta de seriedade, falsa serenidade, sofrimento duplo. Alguém nos disse: como o vosso riso é estranho. Se esse alguém soubesse que este riso é o reflexo do nosso inferno, o amargo contrário do: "Le sage ne rit qu'en tremblant" de Baudelaire.


A nossa doença é a desobediência a Deus que nos impusemos a nós próprios.
A nossa doença é dizer o oposto daquilo que gostaríamos de dizer. Temos de nos torturar a nós próprios, observando as expressões fisionómicas dos que nos ouvem.
A nossa doença é sermos inimigos do silêncio. (...)
A nossa doença. É provável que alguma coisa a pudesse curar: o amor. Mas tínhamos de acabar por reconhecer que nós próprios nos havíamos tornado demasiado doentes para amar. Uma coisa porém existe que é a nossa saúde. Dizer três vezes "apesar disso", cuspir três vezes nas mãos como um velho soldado, e continuar então a avançar pela nossa estrada fora, como nuvens puxadas pelo vento do ocaso, em direcção ao desconhecido.




Georg Heym, A Autópsia e outros contos, apaginastantas, 1988. Tradução de Anabela Mendes.

Poeta

Quando a primeira lágrima aflorou
Nos meus olhos, divina claridade
A minha pátria aldeia alumiou
Duma luz triste, que era já saudade.
Humildes, pobres cousas, como eu sou
Dor acesa na vossa escuridade...
Sou, em futuro, o tempo que passou-
Em num, o antigo tempo é nova idade.
Sou fraga da montanha, névoa astral,
Quimérica figura matinal,
Imagem de alma em terra modelada.
Sou o homem de si mesmo fugitivo;
Fantasma a delirar, mistério vivo,
A loucura de Deus, o sonho e o nada.

Sexy


A canção de Hyperion -Friedrich Hölderlin

Oh santos génios! Vós caminhais,
lá por cima, em luz, sobre terra suave.
Brilhantes deuses etéreos
Tocam-vos levemente,
Qual os dedos da artista
nas cordas santas

Sem destino, como a criança
Adormecida, os anjos respiram;
Castamente guardado
Em discretos botões,
O espírito floresce-lhes,
Eterno,
E os santos olhos
Vêem em silenciosa
E eterna claridade.

Nós, porém, fomos condenados a errar,
Sem descanso, p’la terra fora.
Ao acaso, de uma
Hora para a outra,
Os homens sofredores
Somem-se e caiem,
Como a água atirada de
Recife para recife,
Ano após ano, na incerteza



(" Friedrich Hölderlin”, Gedichte”, Reihe Reclam, Phillipp Reclam 2000. Tradução de Luís Costa, Züschen MMVII )

sábado, 19 de dezembro de 2009


Denuncian escandaloso caso de necrofilia en Hospital de Anzoátegui

En Anzoátegui un trabajador de la morgue del Hospital Razzetti, fue descubierto en un acto de necrofilia por los familiares de una dama de 45 años de edad que murió a causa de un derrame cerebral, según reportó la Televisora de Oriente.

El empleado que tenia cuatro años trabajando en el hospital de Barcelona, se encargaba del mantenimiento de la morgue de ese centro de salud.

Los familiares de la occisa lograron ingresar al salón donde se hacen las necropsias debido a un descuido de un guardia de la reserva que custodiaba el lugar, al entrar se percataron de la situación y dieron parte a las autoridades policiales; quienes detuvieron al presunto necrófilo trasladándolo al Cicpc y colocándolo a la orden de la Fiscalia del Ministerio Publico.

Las investigaciones y la autopsia realizada al cadáver, determinarán la veracidad de ese delito.

Prodigy


Gatinha...


sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Suicidas...

Os românticos foram os últimos especialistas do suicídio.Desde então se improvisa...Para melhorar sua qualidade precisamos de um novo mal do século.

Sophia Loren e Jayne Mansfield no restaurante Romanoff's,by Joe Shere





quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

ARIEL

Estancamento no escuro
E então o fluir azul e insubstancial
De montanha e distância.

Leoa do Senhor como nos unimos
Eixo de calcanhares e joelhos!... O sulco

Afunda e passa, irmão
Do arco tenso
Do pescoço que não consigo dobrar.

Sementes
De olhos negros lançam escuros
Anzóis...

Negro, doce sangue na boca,
Sombra,
Um outro vôo

Me arrasta pelo ar...
Coxas, pêlos;
Escamas e calcanhares.
Branca
Godiva, descasco
Mãos mortas, asperezas mortas.

E então
Ondulo como trigo, um brilho de mares.
O grito da criança

Escorre pela parede.
E eu
Sou a flexa,

O orvalho que voa,
Suicida, unido com o impulso
Dentro do olho

Vermelho, caldeirão da manhã.



(tradução de Ana Cândida Perez e Ana Cristina César)

Hitler in Paris


Juventude perdida

Incoercível languidez,irreparável mácula.
Contemplo o jardim..
Uma estrela tomba sobre olhos nocturnos cerrados e sonhos
Desfeitos acariciam-me enquanto gozo sangue
Irreprimível lágrima,eterno quebranto

Da cadeira de rodas assisto o fim
Mas de quem ou de qual engano ?
Jamais haverá outro apego e a falta
Que ostento orgulhoso de nostálgica ilusão.
Atinge-me como onda no oceano profundo
De espelhado céu.

É o mesmo céu e mesma tragédia,
Vivemos todos a espera de menos dor para completar o dia,mentindo.
Preparo-me para sangrar sozinho,nenhuma luz para alcançar o espírito partido.
O idílio e a dama no campo anseiam pela palavra certa
Descansei nos seios de sua dúvida até a partida.
Dos meus lábios ressecamento sorvido estanca desejos
Insubmisso ergo-me para chorar,cova rasa para o suicida
Cova rasa para minha medonha juventude.

Brooke Shields by Gary Gross (2)


domingo, 13 de dezembro de 2009

Vampirul din Transilvania

No galope do falecido os sonhos esquecidos no decorrer das decepções humanas,
Da entrega e do pacto, do preço e da malignitude em extensa insatisfação mundana,
A representação do desejo inalcançado,o espelho de quem realmente somos,
Naquele que não reflete a própria imagem vagando sorumbático,
Expressão máxima de força no desafio arrogante do batalhador incansável.

Acumulando o peso de tantos espíritos estigmatizados.
No instante em que os últimos raios de sol tingem o horizonte inóspito
Ossos despontam em peitorais cansados de respiração ofegante,semi despertos,
Olhos vidrados vermelhos e abertos detendo a força da natureza que levanta-se,
Ergue-se radiante na espectativa de mais mortes e glórias infernais.

Sinfonia licantrópica,empalidecidos aldeôes recolhidos,
Ofertando sua inocência em monumentos fúnebres
De infelizes contrastes e vincos de tristeza nas faces de muda desgraça
Da janela observando o trancorrer de prantos e desfiles mórbidos
Em caixões ricamente ornamentados de onde acenam condes odiosos.

O frio traz dor aos ossos enfraquecidos,traz lembranças e imagens de antigos ritos
Decepados filhos e iluminados banidos,vidas vazias como as tumbas do anoitecer,
Nenhuma surpresa com mais um desaparecido infante,clemência por tua alma
Clemência por todos que caminham desolados de infinito fardo tombado nos ombros,
Mártires anônimos em sangue que escorre abundante nas colinas dos Cárpatos.

Gabriele d'Annunzio


Orgia

A realeza sublime depõe contra a santidade
Do virginal sangue,fonte em falo derrama-se,
Nos olhos dos alabastros,pupilas imóveis,
Na qualidade de eternos monumentos,pecados.

Expondo genitálias e carnes despudoradas,ora rotundas,juvenis dádivas,
Contemplam a peste,a veste erguida e o clamor da mortalha
Trespassando o desejo reprimido,orgia encravada no seio esquerdo
Da prostituta redimida ,a máxima do orgamo recitada em coro ébrio,mesmo flácida.

O gozo no rosto a espera,cerrado em suor e lágrimas,
Fluidos na terna tez lívida onde coagula ferocidade inata,
Compartilha entre incontáveis sorrisos e lábios húmidos a messe lasciva,
Suspiros e gemidos,gritos, a celebração máxima liberta as almas
Em blasfema veneração bacante.

Cheia de graça...



sábado, 12 de dezembro de 2009

Pensamento único e falsa liberdade.

"O pensamento único é cada vez mais único e cada vez menos um pensamento. A sua dupla sedimentação, ideológica e tecnocrática, leva-o a não tolerar quem se expressa fora das suas fronteiras. Não se dirige contra as ideias que considera falsas, as quais exigiriam ser refutadas mas contra as ideias que considera «más». Essencialmente declamatório e inquisitório, o pensamento único elimina as zonas de resistência mediante uma estratégia indirecta: marginalização, silenciamento, difamação..."

Xenofobia não! Mixofobia sim!

Com efeito, nenhuma pessoa de sensibilidade verdadeiramente libertária, e consequentemente nenhum Nacional-Anarquista digno desse nome, poderia colocar em risco a dignidade de um indivíduo que nasceu bi-racial ou de origem multiétnica, nem tampouco teria qualquer problema em aceitar o direito de alguns a viverem numa comunidade multiétnica, multicultural ou multiracial se tal fosse uma opção sua. Todo o indivíduo que deseje viver em tal meio social deve ter o direito a essa opção e possibilidade. Não obstante, isto não confere a ninguém o direito de impor as suas próprias opções sociais a outros indivíduos que aspirem a viver dum modo diferente do seu.


Um argumento simples e de uma lógica incomparável contra todos aqueles que se opõem à mera existência do etnodiferencialismo dos Nacional-Anarquistas. O espírito libertário baseia-se no respeito pelas liberdades individuais. Ora bem, um indivíduo que não seja o seu próprio soberano, nunca poderá ser livre; a mesma consideração deve ser aplicada a um grupo humano e ao seu espaço vital.

E noutro aspecto, se os indivíduos têm “direito ao seu espaço pessoal”, as tribos, as culturas, os povos e as nações devem possuir o mesmo direito. A territorialidade, manifeste-se ela de que forma for, estará sempre presente, será sempre a expressão material do direito à autodeterminação de um povo.

Bem alheios a alguns destes princípios tão sensatos, em nome da tomada de posição “politicamente correcta” e monolítica, o assimilacionismo, o cosmopolitismo e o mundialismo queriam, pois, fazer desaparecer para sempre as características da cultura bretã, da cultura irlandesa, da cultura escocesa, da cultura basca ou mesmo das culturas corsa, alemã, japonesa, bulgara, lapona, lituana, islandesa, chechena, húngara, curda, mongol, catalã, swahili, zuni, ameríndia nas suas mais diversas versões, gaulesa, aborígene, maori, havaianas ou muitas outras, quaisquer que sejam elas.

Constituirão a homogeneização e o conformismo factores de progresso e enriquecimento da humanidade? Que pelo menos nos deixem duvidar! Então, são os Nacional-Anarquistas xenófobos? Claro que não!

Pelo acima exposto podemos atribuir-lhes uma tendência mixofóbica, a qual é provável que, visto como andam actualmente as coisas, não tardará em ser incluída na lista de crimes contra o pensamento correcto que os Novos Inquisidores propagam e incutem mecanicamente através dos órgãos de comunicação social de massas, os mass media.

Brooke Shields


Guerra contra os inumanos

"A noção de inimigo da humanidade é efectivamente uma contradição nos termos dado que, por definição, a humanidade não pode ter inimigos entre os humanos. É por causa disso que as guerras em nome da humanidade resultam indubitavelmente na negação da qualidade de ser humano ao inimigo: bater-se em nome da humanidade leva necessariamente a pôr os seus inimigos fora da humanidade. Ora, contra aquele que foi posto fora da humanidade, tudo se torna permitido. Desde logo, o inimigo desta não é mais um simples adversário do momento, que poderia de igual forma transformar-se amanhã em aliado, mas uma figura do Mal, um «inimigo do género humano», um criminoso a punir, podendo ser empregues todos os meios que permitam subjugá-lo."
...A guerra em nome da moral é pois o exemplo acabado da guerra mais inumana. O universalismo abstracto faz dos adversários inimigos absolutos e transforma as guerras «humanitárias» em guerras de extermínio."




Alain de Benoist in «Guerra Justa, Terrorismo, Estado de Urgência e Nomos da Terra - A actualidade de Carl Schmitt», Antagonista (2009).

A Puta Cansada

A puta cansada repousa em meus braços
Esperma alheio corrompe sua lágrima,
Sarcoma de Kaposi conquista as costas
Amargas e solitárias na deselegante mácula.

Eu não posso ajudar,detenho a marca de proscrito,
Acima do rito,da cinza e do grito,
Escorre comigo o brado etéreo do estupro mítico,
Enleio enternecedor consumindo a luz.

A puta cansada com pulsos cortados,
Não o estereótipo ou atenção,desapego e falta,
A ferida aberta,os vasos esxpostos na frieza lívida,saborosa,
Acobertam com sangue imundo nosso romance terminado.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Bondage




sábado, 28 de novembro de 2009

Melancolia

Avançando investindo
A vida anseia
Tremente estacando
Olhares procuram
O morrer cresce
O grito
Que chega!
No fundo
Mudos
Nós.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Primeira mordida

"A primeira mordida foi com certeza única, indefinível, já que eu tinha sonhado com isto durante trinta anos, com esta conexão íntima que se faria perfeita através desta carne".

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

domingo, 22 de novembro de 2009

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Frase da noite

"Se eu as matasse, você sabe, elas não poderiam me rejeitar como homem. Isto é mais ou menos produzir uma boneca a partir de um ser humano... e levar adiante minhas fantasias com uma boneca, uma boneca humana. Com uma garota, fica muita coisa em seu corpo mesmo sem a cabeça. Obviamente, a personalidade desaparece."

Na cruz para inspirar pecados





Mulheres





terça-feira, 17 de novembro de 2009

Poema qualquer

Sinto-o como prenuncio de orgasmo e tragédia
Não detenho a mão do destino,libérrima mágoa que desagua em medo e ódio
É o momento do ocaso,desponto no estoicismo recente
Mas permito que uma lágrima se vá.

Sou o diáfano reflexo do menino
Sua palidez mortuária.
Veja que ainda atraiçoa o espírito circunspecto
Aquele olhar lascivo.

Sinto-a como aperto e lambida de gato
Desconstruindo minha virilidade para remontar dogmas
Ferido,não detenho a mão do que intitulam destino
Apenas adormeço sob tua ironia grotesca.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

As tuas pestanas, as longas

As tuas pestanas, as longas,
As águas escuras dos teus olhos,
Deixa-me mergulhar nelas,
Deixa-me ir até ao fundo.

Desce o mineiro ao poço
E baloiça a baça lanterna,
Sobre o arco do minério,
Em cima, na parede de sombras,

Vê, eu desço
Para esquecer no teu seio,
Longe, o que de cima ainda ecoa,
Claridade e cor e dia.

Nos campos cresce,
Lá onde o vento pára, ébrio de searas,
Alto espinheiro, alto e doente,
Enlaçado com o azul-celeste.

Dá-me a mão
Vamos enlaçar-nos um no outro,
Presa de um vento,

Voo de pássaros solitários,
Ouvir no verão
O órgão de abafadas tempestades,
Banhar-nos na luz de outono,
Na margem do dia azul

De vez em quando ficaremos parados
À beira da escura fonte,
Para olhar o fundo do silêncio,
Para procurar o nosso amor.
Ou saímos
Da sombra das douradas florestas,
Enormes em direcção a um crepúsculo
Que a ti te toca a fronte levemente.

Para pararmos então no fim,
Onde o mar, em manchas amareladas,
Já vem vogando de mansinho
Para os braços da baía de Setembro.

Para descansarmos em cima
Na casa das flores sequiosas,
Descendo por sobre os penedos
O vento canta e treme.

Mas do choupo
Que no azul eterno se destaca
Cai já uma folha castanha,
Que sobre a nuca te descansa.

Divina tristeza
Cala-te ante o eterno amor.
Ergue a taça,
Bebe o sono.


Tradução de João Barrento

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

quinta-feira, 22 de outubro de 2009