sexta-feira, 29 de outubro de 2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Em virtude do Amor

Libertei o quarto onde durmo, onde sonho
Libertei o campo e a cidade onde passo,
Onde sonho acordado, onde o sol se levanta,
Onde, nos meus olhos ausentes, a luz se acumula.

Mundo de pequena felicidade, sem superfície e sem fundo,
De encantos esquecidos logo que descobertos,
O nascimento e a morte misturam o seu contágio
Nas dobras da terra e do céu misturadas.

Não separei nada mas reforcei o coração.
De amar, tudo criei: real, imaginário,
Dei a sua razão a sua forma o seu calor
E o seu papel imortal àquela que me ilumina.




Paul Éluard, in "poemas de amor e de liberdade" campo das letras, 2000
trad. Egito Gonçalves

CARNE EROTICA (STRANGE LOVE)




Bruno Bisang

Yasmeen Ghauri, Sardinia ‘89
Ceyla, Beaugency ‘91

Sem Rumo

Uma folha ao dissabor da tempestade

Partindo-se na poeira do abandono

o silencio do amante na sisuda fronte

Do cavaleiro.


Inerte esvaece o infantil assombro

Um esqueleto ao relento chora

A noite embala meus despertos pesadelos

Incessante é a dor estirando mórbidos pensamentos

Espalhando-os como lembranças em chagas.

Uma folha desaparece e no seu rumo incerto

Toda saudação,esperança e amor em delírio partilham

O mergulho em solidão infinita.