sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Boas festas!

O blog deseja um Feliz Natal,repleto de orgias gastronômicas,violentas,escatológicas e pervertidas!


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Trevor Brown

 heightadjustablecollar

bloodsucker

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Sobre a coragem no Ocidente

«É talvez o declínio da coragem o que mais chama a atenção dum estrangeiro no Ocidente de hoje. A coragem cívica não só desertou globalmente do mundo ocidental mas também de cada um dos países que a compõem (…). Este declínio de coragem é particularmente sensível na camada dirigente e na camada intelectual dominante e daí vem a impressão de que foi de toda a sociedade que a coragem desertou. (…) Os funcionários públicos e intelectuais patenteiam este declínio, esta fraqueza e esta irresolução, tanto nos seus actos como nos seus discursos e, mais ainda, nas suas considerações teóricas que fornecem com toda a complacência, para provarem que esta maneira de agir, que alicerça a política dum Estado na cobardia e no servilismo, é pragmática, racional e justificada, seja qual for o plano intelectual, ou mesmo moral, em que nos coloquemos. Este declínio da coragem que, aqui e ali parece ir até à perda de todo e qualquer vestígio de virilidade, encontramo-lo (…) nos casos em que esses mesmos funcionários sofrem súbitos acessos de valentia e intransigência para com governos sem força de países fracos, que ninguém apoia, ou para correntes condenadas por todos e que, manifestamente, não têm qualquer possibilidade de poder ripostar, ao passo que sentem a língua secar-se-lhe e as mãos paralisarem-se-lhe diante de governos mais poderosos e das forças ameaçadoras (…) da Internacional do terror.
Será preciso lembrar que o declínio da coragem foi sempre considerado como um sinal percursor do fim?»



Alexandre Soljenitsyne


in "O Declínio da Coragem", Discursos de Harvard, Junho 1978, Lisboa, Ed. Rolim

domingo, 23 de janeiro de 2011

domingo, 16 de janeiro de 2011

Pensamento único

"O pensamento único é cada vez mais único e cada vez menos um pensamento. A sua dupla sedimentação, ideológica e tecnocrática, leva-o a não tolerar quem se expressa fora das suas fronteiras. Não se dirige contra as ideias que considera falsas, as quais exigiriam ser refutadas mas contra as ideias que considera «más». Essencialmente declamatório e inquisitório, o pensamento único elimina as zonas de resistência mediante uma estratégia indirecta: marginalização, silenciamento, difamação (…). A fabricação da verdade, escreve Bernard Dumont, proíbe legalmente dizer certas coisas e inclusive ordena nem concebê-las, enquanto neutraliza as outras remetendo-as para o reino relativista das «opiniões». A percepção da realidade é alterada, a fronteira entre o mundo real e o mundo da representação esfuma-se, o clima de mentira generaliza a suspeita e desemboca na despolitização geral e num conformismo de massas, à vez necessidade vital e prémio de consolação dos indivíduos perdidos na «massa»."

The personification of beauty





domingo, 9 de janeiro de 2011

Não mais partilhar

                                                           à G.


Na noite da loucura, nu e claro,
O espaço entre as coisas possui a forma de minhas palavras,
A forma das palavras de um desconhecido,
De um vagabundo que desata a cintura de sua garganta
E pega os ecos pelo laço.

Entre árvores e barreiras,
Entre muros e mandíbulas,
Entre essa grande ave trêmula
E a colina que a oprime,
O espaço possui a forma de meus olhares.

Meus olhos são inúteis,
O reino do pó acabou,
A cabeleira da estrada pôs seu manto rígido,
Ela não foge mais, não me mexo mais,
Todas as pontes estão cortadas, o céu nelas não passará mais,
Posso então não ver mais nelas.
O mundo se destaca de meu universo
E, bem no cume das batalhas,
Quando a estação do sangue murcha em meu cérebro,
Distingo o dia dessa claridade de homem
Que é a minha,
Distingo a vertigem da liberdade,
A morte da embriaguez,
O sono do sonho.

Ô reflexos sobre mim mesmo ! Ô meus reflexos sangrentos !


Tradução: Eclair Antonio Almeida Filho

Beauty and dark



sábado, 8 de janeiro de 2011

Receita Surrealista

Mande vir com que escrever, depois de se ter instalado num lugar tão próprio quanto possível à concentração do seu espírito sobre si-mesmo. Coloque-se no estado mais passivo, ou receptivo, que poder. Abstraia do seu génio, do seu talento e de todos os outros. Repita a si-próprio que a literatura é um dos mais tristes caminhos que levam a tudo. Escreva depressa sem assunto prévio, suficientemente depressa para não parar e não ser tentado a rever. A primeira frase virá sozinha, de tal modo é verdade que em cada segundo existe uma frase estranha no nosso pensamento que só deseja exteriorizar-se. É bastante difícil pronunciarmo-nos sobre o caso da frase seguinte; ela participa simultaneamente da nossa actividade inconsciente e da outra, se admitirmos que o facto de termos escrito a primeira arrasta um mínimo de percepção. Aliás, isso pouco lhe deve importar; é nisso que reside, na maior parte dos casos o interesse do jogo surrealista.


A verdade é que a pontuação se opõe, sem dúvida à continuidade absoluta da corrente de que estamos a falar, embora pareça tão necessária como a distribuição dos nós numa corda vibrante. Continue enquanto lhe apetecer. Fie-se no carácter inesgotável do murmúrio (...).

Ñundei ao pie del cielo

En el rio


                                  Luisa bañándose con una jícara

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

As Dez Estratégias de Manipulação Midiática

1 - A Estratégia da Distração:

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')".

2 - Criar Problemas e depois Oferecer Soluções:

Este método também é chamado "problema-reação-solução". Cria-se um problema, uma "situação" prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3 - A Estratégia da Gradualidade:

Para fazer com que se aceita uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições sócio-econômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram rendas decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma única vez.

4 - A Estratégia de Diferir:

Outra maneira de fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como "dolorosa e necessária", obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo vai melhorar amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para se acostumar à idéia da mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5 - Dirigir-se ao Público como Crianças:

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse uma criatura de pouca idade ou um deficiente mental. Quanto mais se tente buscar enganar o espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? "Se dirige-se a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')".

6 - Utilizar o Aspecto Emocional muito mais do que a Reflexão:

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto-circuito na análise racional, e finalmente no sentido crítico dos indivíduos. Por outra parte, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos...

7 - Manter o Público na Ignorância e na Mediocridade:

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes inferiores e as classes superiores seja e permaneçam impossíveis de alcançar para as classes inferiores (ver 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')".

8 - Estimular o Público a Ser Complacente com essa Mediocridade:

Promover ao público a crença de que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto...

9 - Reforçar a Auto-Culpabilidade:

Fazer crer ao indivíduo que é somente ele o culpável por sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, no lugar de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se auto-desvaloriza e se culpa, o que gera um estado depressivo, um de cujos efeitos é a inibição de sua ação. E, sem ação, não há revolução!

10 - Conhecer aos Indivíduos Melhor do que Eles Conhecem a Si Mesmos:

No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência geraram uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor ao indivíduo comum do que ele se conhece a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior que o dos indivíduos sobre si mesmos.

Pure Beauty