domingo, 18 de abril de 2010

A garota cega

Seus olhos despontam da languidez violada
Na tristeza de pérpetua inocência.
Caminho entre alucinações e tão singela expressão
Arranca-me do letargo a passoas largos.

Conduzi-la seria o maior dos sonhos
Para sorver o calor de singular afago e então
Tornar ainda maior o desejo vivo
Para a satisfação de ansiosos corpos etéreos.

Seus olhos como testemunhas emudecidas
Na condição imutável do que não contempla,tampouco sente ou sabe.
A consciência vaga da própria beleza,o vazio...

Seus olhos no infinito refletem-me sozinho
Sem o conhecimento da paixão que a noite consome
Enquanto desaparece ao longe o vislumbre de raro fascínio devorado pela escuridão de nossos anseios disformes.

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