Libertei o quarto onde durmo, onde sonho
Libertei o campo e a cidade onde passo,
Onde sonho acordado, onde o sol se levanta,
Onde, nos meus olhos ausentes, a luz se acumula.
Mundo de pequena felicidade, sem superfície e sem fundo,
De encantos esquecidos logo que descobertos,
O nascimento e a morte misturam o seu contágio
Nas dobras da terra e do céu misturadas.
Não separei nada mas reforcei o coração.
De amar, tudo criei: real, imaginário,
Dei a sua razão a sua forma o seu calor
E o seu papel imortal àquela que me ilumina.
Paul Éluard, in "poemas de amor e de liberdade" campo das letras, 2000
trad. Egito Gonçalves
Sem comentários:
Enviar um comentário