quarta-feira, 23 de junho de 2010

À PORTA DA INSÓNIA

Já o real absorve a irrealidade,
porém que realidade é a da noite
só vivida em palavras? Em vão tento
criar uma sequência de momentos, de
tudo esvaziados, se falho não sei
se é por obras palavras ou imagens


Paro à porta da insónia, e no magro intervalo,
que se alarga depois, reaparece a casa: dentro
dela estou afinal, o estrago que me envolve

é igual ao que também não sei que mal
mortal fez no tecto do sono,
por onde agora entra a realidade




Gastão Cruz, in "a moeda do tempo" assírio & alvim (2006)

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