sábado, 12 de dezembro de 2009

Guerra contra os inumanos

"A noção de inimigo da humanidade é efectivamente uma contradição nos termos dado que, por definição, a humanidade não pode ter inimigos entre os humanos. É por causa disso que as guerras em nome da humanidade resultam indubitavelmente na negação da qualidade de ser humano ao inimigo: bater-se em nome da humanidade leva necessariamente a pôr os seus inimigos fora da humanidade. Ora, contra aquele que foi posto fora da humanidade, tudo se torna permitido. Desde logo, o inimigo desta não é mais um simples adversário do momento, que poderia de igual forma transformar-se amanhã em aliado, mas uma figura do Mal, um «inimigo do género humano», um criminoso a punir, podendo ser empregues todos os meios que permitam subjugá-lo."
...A guerra em nome da moral é pois o exemplo acabado da guerra mais inumana. O universalismo abstracto faz dos adversários inimigos absolutos e transforma as guerras «humanitárias» em guerras de extermínio."




Alain de Benoist in «Guerra Justa, Terrorismo, Estado de Urgência e Nomos da Terra - A actualidade de Carl Schmitt», Antagonista (2009).

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